ALMANAQUE DA TV

sábado, 9 de maio de 2009

Universo da arte faz sucesso na TV!


Pode ser música, pintura, dança, teatro ou escultura. É cada vez mais comum que personagens das telenovelas tenham profissões envolvidas com a arte, seja ela qual for a manifestação.

E não é só um personagem que se destaca por seu ofício artístico nas histórias. Em Caras & Bocas, da Globo, por exemplo, o autor Walcyr Carrasco optou pela pintura para enquadrar a trama de amor entre Gabriel e Dafne, personagens de Malvino Salvador e Flávia Alessandra.

Walcyr diz que o tema foi escolhido pela familiaridade que tem com o universo das telas. "Adoro artes plásticas e tenho até uma bela coleção em casa. Como conheço, me permitir brincar com isso, e até desmistificar de maneira engraçada também", explica.

Para interpretar o pintor Denis na trama, Marcos Pasquim chegou a fazer laboratório com o artista plástico Renée Guimarães. O ator ficou em contato com telas, tintas, pincéis pela primeira vez na vida. "A arte do personagem é o expressionismo.

Ao estudar acabei me identificando com Jackson Pollock. O difícil é saber quando a pintura está terminada", afirma Marcos. Outra iniciante no assunto é Flavia Alessandra, que interpreta Dafne, dona de uma galeria e ex-pintora. A atriz assume que a única relação que tinha com o universo da pintura era como admiradora.

"O Walcyr sabe que apesar de não ter talento para pintar, vou à exposições sempre que posso. É um mundo pelo qual gosto de transitar", conta a atriz.

Já Paloma Duarte, que encarna a atriz Fernanda em Poder Paralelo, na Record, usou sua própria experiência na carreira para dar mais veracidade à Fernanda. Mas Paloma acredita não estar representando uma classe, mas apenas uma pequena facção.

"Ela é um tipo de atriz muito específica, uma mulher perdida entre as emoções e o trabalho. Nem todas são assim. Eu não sou do tipo de profissional que leva trabalho para casa e já a Fernanda é diferente. Mas fazer uma atriz é uma farra", afirma.

Na mesma trama de Lauro César Muniz, Tuca Andrada interpreta o policial Téo, que também toca clarinete. Como o músico, o ator acredita que Lauro quis exibir um lado mais humano do personagem.

Tuca dubla o instrumento, mas tem feito aulas desde janeiro, para que pareça que está mesmo tocando clarinete. "Acho muito interessante essa sensibilidade artística, isso só enriquece o personagem, além de ser um lado bom para ser explorado. Ninguém pensaria que um policial seria músico também", analisa o ator.

Na mesma leva da musicalidade, a atriz Elisa Lucinda não se esquece da cantora Pérola, seu papel em Mulheres Apaixonadas, da Globo, em 2003. Elisa, que também é cantora e poeta, diz que não sentiu dificuldades para interpretá-la e acredita que o envolvimento com a música foi o fator determinante para definir a personagem. "Manoel Carlos teve a delicadeza de mostrar que os artistas têm uma vida digna e estruturada", elogia.

Já Tony Ramos, na pele do boêmio saxofonista Téo, afirma que nunca teve a preocupação de saber tocar o instrumento. Mesmo assim, o ator chegou a ter aulas de música para saber se portar com o saxofone, mas em um âmbito meramente estrutural. "A dramaturgia é uma narrativa sobre fatos que a vida oferece. A rotina do ator é personificar os anseios do personagem, suas preocupações, como foi com o Téo. Não é preciso saber tocar de fato", analisa.

Frutos do personagem


Na pele da cantora Yasmin, de Malhação, Mariana Rios se aproveitou de sua experiência. Isso porque, Mariana já canta profissionalmente desde os sete anos e só precisou fazer preparação de voz para o personagem. Por conta do sucesso de Yasmin, que já segue na trama por duas temporadas, a atriz pretende até lançar um CD, ainda este ano.

"Com o retorno que tenho com Yasmin, isso é possível", anima-se. Outra que chegou a gravar CD foi a atriz Cláudia Ohana. Em Vamp, em 1993, ela interpretava a vampira "popstar" Natasha.

"Fiquei com medo de virar cantora, pois acho muito brega. Cantor não é feito só de voz, tem a filosofia musical, vai muito além", opina a atriz que gravou duas músicas para a trilha sonora da novela.

Mas também, há quem não tenha lembranças tão boas assim de seus personagens artistas. Em Páginas da Vida, em 2006, Rafael Almeida interpretava o aspirante a pianista Luciano. Como o autor Manoel Carlos não queria dublê de mãos, o ator que já tocava teclado, teve de ir ao teste preparado para enfrentar o texto e as notas musicais. "Ensaiei a madrugada toda para o teste e passei.

Quando a novela começou, o Maneco me passava as músicas que queria ouvir", relembra ele que chegou a imobilizar os dois punhos por conta de uma tendinite.

Instantâneas


# Em Pai Herói, de Janete Clair, em 1979, Elizabeth Savala interpretou Carina, uma bailarina famosa e rica. Na época, os bailarinos clássicos Atillio Labis e Françoise Legrée, da Ópera de Paris, acompanharam a atriz nas gravações de balé.
# O autor Manoel Carlos fez questão de convidar o maestro Laércio de Freitas e o saxofonista J.T. Meirelles para participar de Mulheres Apaixonadas, em 2003. Os dois faziam parte do grupo de músicos do Nick Bar, do qual o saxofonista Téo, vivido por Tony Ramos, também fazia parte.
# Em Mulheres de Areia, da Globo, em 1993, Marcos Frota interpretava o escultor de areia Tonho da Lua. Na verdade, o responsável pelas esculturas foi o artista Serafim Gonzalez, que já fazia o trabalho desde a primeira versão da novela, em 1977, na Record.
# Ao final de Amor e Intrigas, da Record, em 2008, Silvia Bandeira recebeu da produção da novela um livro com todas as telas que a atriz havia pintado durante a trama. Ela era a artista plástica Marília, que morria por conta de um câncer no cérebro.

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