'Heróis por um dia' contam por que arriscaram a vida por desconhecidos
Eles são pessoas comuns que arriscaram a própria vida para salvar alguém que nunca viram. "Heróis por um dia", eles praticam gestos de solidariedade como o da tesoureira Carla Pagano, de 31 anos, que ajudou a salvar dois trabalhadores que limpavam os vidros de um prédio e ficaram presos em um andaime durante um vendaval em São Paulo.
Com uma jaqueta na mão, Carla conseguiu puxar os homens que balançavam a 30 metros de altura. O andaime onde eles estavam ficou desgovernado por causa dos ventos de até 80 km/h que sopravam na capital paulista. Após o salvamento, a tesoureira teve que conviver com a rotina de um herói: muitas entrevistas, fotos, reconhecimento das pessoas nas ruas e a mesma história repetida várias vezes.
“De quarta-feira (6) para cá, eu confesso que fiquei meio assustada com essa rotina. As pessoas me olham na rua e me reconhecem. Faço questão de olhar para todo mundo”, contou Carla ao G1 na sexta-feira (8). Apesar do risco que correu, ela garante que repetiria o gesto. “Sem dúvida, eu faria tudo de novo por qualquer pessoa”, afirma.
Além de reencontrar os trabalhadores que ajudou a salvar, ela recebeu os agradecimentos da mãe de um deles. “Ela me agradeceu bastante e disse que sempre vou estar nas orações dela”, lembrou. A família de Carla também ficou orgulhosa com o gesto. “Minha mãe não esperava essa repercussão e está feliz de dizer que a educação que ela passou para os filhos deu resultado.”
O psicólogo e professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Ari Rehfeld acredita que a sensação de comunidade é que motiva algumas pessoas a arriscarem a vida por um desconhecido. “O que faz o indivíduo tomar uma atitude que coloque em risco a sua vida é a sensação de que a pessoa faz parte de sua família, que o outro faz parte de sua comunidade”, diz o psicólogo.
Para ele, esses gestos estão cada vez mais raros em cidades grandes. “Em uma comunidade mais saudável, a pergunta seria por que uma pessoa não arrisca sua vida em função de outra. Gestos de solidariedade existem, são muito bem-vindos, mas são mais raros [em São Paulo] do que em comunidades pequenas”, acredita.
Heróis paulistas
Com uma jaqueta na mão, Carla conseguiu puxar os homens que balançavam a 30 metros de altura. O andaime onde eles estavam ficou desgovernado por causa dos ventos de até 80 km/h que sopravam na capital paulista. Após o salvamento, a tesoureira teve que conviver com a rotina de um herói: muitas entrevistas, fotos, reconhecimento das pessoas nas ruas e a mesma história repetida várias vezes.
“De quarta-feira (6) para cá, eu confesso que fiquei meio assustada com essa rotina. As pessoas me olham na rua e me reconhecem. Faço questão de olhar para todo mundo”, contou Carla ao G1 na sexta-feira (8). Apesar do risco que correu, ela garante que repetiria o gesto. “Sem dúvida, eu faria tudo de novo por qualquer pessoa”, afirma.
Além de reencontrar os trabalhadores que ajudou a salvar, ela recebeu os agradecimentos da mãe de um deles. “Ela me agradeceu bastante e disse que sempre vou estar nas orações dela”, lembrou. A família de Carla também ficou orgulhosa com o gesto. “Minha mãe não esperava essa repercussão e está feliz de dizer que a educação que ela passou para os filhos deu resultado.”
O psicólogo e professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Ari Rehfeld acredita que a sensação de comunidade é que motiva algumas pessoas a arriscarem a vida por um desconhecido. “O que faz o indivíduo tomar uma atitude que coloque em risco a sua vida é a sensação de que a pessoa faz parte de sua família, que o outro faz parte de sua comunidade”, diz o psicólogo.
Para ele, esses gestos estão cada vez mais raros em cidades grandes. “Em uma comunidade mais saudável, a pergunta seria por que uma pessoa não arrisca sua vida em função de outra. Gestos de solidariedade existem, são muito bem-vindos, mas são mais raros [em São Paulo] do que em comunidades pequenas”, acredita.
Heróis paulistas
Em dezembro de 2006, o analista de sistemas Adriano Levandoski de Miranda, de 27 anos, salvou um menino de 3 anos no Rio Pinheiros. Ele passava sobre a Ponte João Dias, na Zona Sul de São Paulo, e viu uma mulher caindo da ponte com o filho no colo. O analista pulou no rio e conseguiu resgatar a criança. A mãe também sobreviveu.
“Quando eu vi aquela cabecinha caindo, bateu o desespero. Essa foi minha motivação”, diz Miranda. Dois anos depois, ele ainda tem contato com o menino que salvou. “Ele é super esperto, bagunceiro. A sensação é muito boa de vê-lo correndo, brincando”, conta. Miranda também garante que repetiria a atitude, caso fosse necessário. “Hoje uma pessoa vê a outra precisando e vira as costas, finge que não é com ela.” Uma van coberta pela água e cenas de desespero em outro ponto da Marginal Pinheiros (veja o vídeo). A atitude de pessoas que passavam ajudou a salvar, em novembro do ano passado, a vida de um jovem dentro do veículo que caiu em um córrego. O músico Allen Ferraudo, de 26 anos, usou a própria calça no resgate.
“As pessoas são capazes de um raciocínio instantâneo, de se colocar no lugar do outro. No meu caso, tinham cinco ou seis pessoas que estavam ajudando a retirar o rapaz da enchente. A calça era a única forma de tirar o rapaz”, lembra. Dentro da peça de roupa estavam a carteira e o celular, que foram perdidos em meio ao alagamento.
Por causa da água que se acumulou na pista após um temporal, não era possível ver onde começava o córrego. “O pânico de cair na água e me tornar outro problema era muito grande. O sucesso dessa operação foi a ação conjunta. Parece que todo mundo está andando na mesma frequência”, lembra.
Por causa da água que se acumulou na pista após um temporal, não era possível ver onde começava o córrego. “O pânico de cair na água e me tornar outro problema era muito grande. O sucesso dessa operação foi a ação conjunta. Parece que todo mundo está andando na mesma frequência”, lembra.
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